A amamentação é um momento único entre a mãe e seu filho, mas o que ninguém te conta é que, assim como você, seu bebê precisa aprender a se alimentar. Esse é um processo que pode ser doloroso e desgastante para vocês dois, e existem diferentes técnicas de como estimular o bebê a mamar.
Para estabelecer o aleitamento da forma mais natural e eficaz, é preciso entender a importância de uma pega bem feita e o que esse momento representa para o futuro do bebê. Dessa forma, diminui as dores iniciais e fixa uma rotina de alimentação que é tão importante nos primeiros meses de vida do recém-nascido.
É importante também poder contar com uma rede de apoio para esse momento inicial após o parto, onde toda a família está voltada para suprir as necessidades de seu novo integrante.
Além da dor nos mamilos para a mamãe, a pega incorreta gera frustração para o bebê, ocasionando a perda de peso, diminuindo a produção de leite, aumento do risco de obstrução dos ductos mamários e a temida mastite.
O mais importante é que já na maternidade obtenha toda e qualquer instrução para entender como funciona a pega e conduzir a amamentação da forma mais leve possível.
Você pode experimentar técnicas diferentes até encontrar a que funciona melhor para você e seu bebê, e assim tornar a amamentação um processo mais fácil. Neste artigo vamos falar sobre a amamentação segura e acolhedora.
O ato de amamentar também é um ato de coragem. Exige esforço e dedicação, principalmente no início. Tenha em mente que é cansativo e você pode querer desistir. Mas não desista! Esse é um dos grandes marcos na sua relação com seu filho e, salvo casos específicos, o caminho natural da alimentação cheia de benefícios para ele.
Saiba que o seu leite é, sem dúvida, o melhor alimento para seu bebê, pois ele contém proteínas, carboidratos e gorduras na medida certa para ele, garantindo seu desenvolvimento seguro e saudável.
O aleitamento materno é muito importante, e existem estudos que contam sobre os benefícios que o ato têm para a saúde da criança e da mulher, como apontado a seguir:
Para a saúde do bebê:
Para a saúde da mãe:
Além dos benefícios físicos, o aleitamento materno fortalece o vínculo afetivo entre a mãe e o seu bebê, trazendo segurança e calma para os primeiros dias de vida do seu filho e para você. Essa primeira fase é definitiva na forma como a alimentação e a construção de afetos está sendo formada na família.
Assim como você está aprendendo a amamentar seu filho, e que cada gestação é diferente uma da outra, seu filho também está aprendendo a forma como suga, os cheiros e os gostos. Por isso, é importante que nesse primeiro momento a pega seja feita corretamente para não gerar frustração na criança e nem na mãe. Alguns pontos importantes nesse processo são:
É importante lembrar que a sua ajuda é fundamental nesse início. Aqui compilamos algumas dicas valiosas que podem te ajudar nesse processo para que seja fácil e leve.
A postura da cabeça e a coluna do bebê precisam estar alinhadas, nunca torcida. Esteja também confortável e o segure firme. Você pode usar travesseiros e almofadas para te auxiliar. Alguns sinais de boa pega são:
Existem mulheres que possuem mamilos invertidos ou planos dificultando a pega do bebê. Se este for o seu caso, é indicado procurar um especialista em amamentação para te auxiliar o mais breve possível.
É natural que o recém-nascido não entenda seus processos físicos, como a fome, sono e cólicas. Eles podem responder a estímulos após longos períodos, por isso é recomendada a amamentação em livre demanda. Em alguns casos, os bebês são muito sonolentos e precisam de uma ajudinha para isso. Alguns estímulos para que acorde e abra a boca, os ajudam a entender como será a rotina de mamadas.
Para ajudá-lo a abrir a boca, coloque-a bem próxima ao mamilo e suavemente o encoste no lábio superior para que ele abra a boca. Estimule a uma abertura que pegue toda a parte do bico, para uma pega eficiente.
Aponte o mamilo para o céu da boca do pequeno e verifique se a língua está repousada na gengiva inferior do bebê. Você pode tentar moldar a mama antes da pega acontecer, algumas mães fazem dessa forma e pode funcionar pra você também
O mais importante é que o queixo do bebê encoste primeiro na mama e que ele abocanhe a aréola com o lábio inferior. Pode ser que ele não consiga colocar toda a parte externa da aréola dentro da boca, pois vai depender do tamanho do mamilo e da boca do bebê.
A Organização Mundial da Saúde e a Sociedade Brasileira de Pediatria defendem que a amamentação deve ser em livre demanda e que não devemos estipular horários para que aconteça. Mas afinal, o que é livre demanda?
É simples, dar o peito sempre que o bebê sentir fome. Seu bebê dá sinais o tempo todo e o choro deve ser o último indicador de sua fome. Você pode perceber na agitação dele e até na forma de virar a cabeça procurando o que sugar. Esses são alguns sinais de que ele busca pelo leite.
A mãe também define o momento da mamada, tendo sua própria demanda através de sinais físicos, como a produção de leite quando o bebê fica algumas horas sem mamar. Além de esvaziar evitando o ingurgitamento mamário, traz alívio do peso do leite para a mãe.
As mamadas duram entre 25 a 50 minutos em recém-nascidos. No início, a média de tempo é de 20 minutos em cada mama. Esse tempo pode variar de acordo com a rotina e fome do bebê, bem como o tempo entre as mamadas.
É importante entender o tempo, pois ele está relacionado com a satisfação do seu bebê. Observe se após a sucção rápida ele suga mais profundamente e pausado, pois isso indica que a alimentação está acontecendo de forma fluída. Os barulhos ao engolir podem ser indícios de como está a produção de leite e a satisfação do bebê.
No momento de aprendizado é natural que o bebê se incomode até que consiga coordenar a sucção com a respiração, verifique se existe o espaço adequado para que isso aconteça. Mesmo assim, alguns fatores podem ser a causa da recusa a se alimentar. São eles:
Se mesmo dessa forma o bebê se recusa a se alimentar, verifique se houve alguma mudança recente na rotina que pode ter contribuído para essa greve de peito. E claro, persistindo você precisa consultar o pediatra para verificar as causas e acompanhar o ganho de peso do seu filho.
O desmame precoce é quando por qualquer motivo é interrompida a amamentação do bebê com idade abaixo de seis meses. Ele pode estar associado a diversos fatores como: quando a mãe ou o bebê precisam de internação por um longo período, quando não há a orientação adequada no início da amamentação, quando o bebê confunde os bicos artificiais ou quando é introduzido leites artificiais precocemente.
Em outros casos mais específicos, esse desmame também acontece pelos seguintes motivos:
Em todos os casos, é indicado uma consulta com um especialista para assegurar que o ganho de peso está adequado e a curva de crescimento em dia. Além disso, é importante lembrar que em caso de produção excessiva de leite, a mãe precisa ordenhar o leite materno para evitar o ingurgitamento mamário.
Lembre-se sempre de que a produção de leite está diretamente relacionada com a demanda do seu bebê. Porém, existem outros fatores que também podem influenciar nessa produção deficiente ou excessiva que possui relação com a mãe, como o estresse e condições de saúde. Com alguns estímulos é possível que a produção de leite se estabilize e até aumente. Abaixo algumas dicas pra não ter a amamentação prejudicada:
Essa é uma dúvida comum entre mães que amamentam exclusivamente ao seio materno, dizendo que o leite “não sustenta o seu filho” ou considerando que seja “fraco”. Primeiro de tudo: saiba que o seu leite é o suficiente! Dizer que o seu leite não está satisfazendo seu bebê, porque ele está mamando em quantidade maiores do que de costume, é um mito.
Seu filho possui fases, e são essas fases que determinam a quantidade de leite que ele precisa para se desenvolver.
Durante o primeiro ano de vida, os bebês apresentam o que chamamos de “surtos de crescimento” que nada mais é do que o crescimento acelerado do bebê em um curto espaço de tempo, aumentando a sua demanda por leite.
Podemos observar isso logo nas primeiras semanas de vida, quando o bebê amamentado com exclusividade no seio possui um crescimento acelerado, que todos conseguem ver.
Essa variação de crescimento pode variar de bebê para bebê, mas geralmente acontecem entre 7 a 10 dias; 2 a 3 semanas; 4 a 6 semanas; 3 meses; 4 meses; 6 meses e 9 meses, em maior ou menor intensidade.
Para reconhecer quando seu bebê está passando por algum desses momentos você pode observar se ele mama a toda hora e quase que sem pausa. Se antes dormia a noite e agora está acordando várias vezes para mamar ou se o bebê pega o peito e solta, ficando agitado nos intervalos. Esses são sinais de que o corpo da mãe entende para aumentar a produção de leite através dessa sucção extra.
Confira também: Calculadora gestacional
Na amamentação todos os olhos estão voltados para seu pequeno, mas algo importante que precisa ser dito é que a mãe precisa sim de uma atenção e de um ambiente seguro para que essa experiência seja de muita dedicação e carinho com seu filho.
Amamentar exclusivamente com o seio materno requer muito esforço e o resultado é seu bebê saudável e bem pertinho de você. Mas não se frustre se isso não for possível por qualquer motivo. Existem muitas cobranças neste momento e você não precisa de mais desconforto durante o puerpério.
Tenha em vista que está dando o seu melhor e seu filho sabe disso. Crie vínculos duradouros, memórias desses momentos tão preciosos para que quando passar por essa fase possa se sentir saudosa de momentos de conexão com seu bebê.
Agora que você sabe como ajudar seu bebê a se alimentar com eficiência, compartilhe esse artigo com aquela pessoa que precisa saber mais sobre amamentação.