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Amamentação após a cesária: Quando nasce um bebê, vem com ele muitas dúvidas e novos processos sobre rotina, saúde e cuidados. Numa cesariana, a fase de recuperação do organismo da mãe é delicada e a amamentação está diretamente ligada a esse processo, pois exige um maior esforço. Confira aqui as principais dicas para alimentação da mamãe e saúde do recém-nascido no puerpério e durante a amamentação.
O parto sempre é um momento muito delicado para a gestante. A escolha da forma de ter seu bebê vem sempre cercada de muito medo e estudo para entender qual a melhor maneira de dar a luz. Não é fácil para uma mãe que planejou todo seu o parto, ouvir que será necessário passar por uma cirurgia, pois o pós-parto acaba se tornando uma das grandes preocupações, afinal ela terá um recém-nascido e uma cirurgia demandando atenção simultaneamente.
O Brasil detém uma das maiores taxas de cesarianas do mundo. Dos partos realizados na rede privada em 2019, mais de 80% foram por cesariana, de acordo com o Painel de Indicadores de Atenção Materna e Neonatal. A recomendação da organização mundial da saúde (OMS) seriam taxas de até 30%, considerando as características do nosso país, e a indicação da cesariana apenas quando o parto natural ocasione risco de morte para a mãe ou o bebê.
As cesáreas possuem uma considerável influência no processo do aleitamento materno, principalmente se forem cirurgias programadas, pois o processo hormonal não acontece naturalmente o que torna a amamentação após a cesária mais difícil.
O trabalho de parto dispara uma série de hormônios no corpo da mãe, como a prolactina e a ocitocina, que contribuem para a produção do leite materno. Na cesárea realizada antes do início do trabalho de parto, essa produção é mais lenta e é necessário muito estímulo do bebê para acelerar esse processo.
Outro fator que pode atrapalhar na amamentação após a cesária é o fato de que com a cirurgia a recuperação é diferente de um parto vaginal e achar a melhor posição para amamentar o bebê é importante para o conforto da mamãe. Além disso, outros fatores contribuem para o atraso da amamentação após uma cesárea.
Muito se fala que a cesárea atrasa a produção imediata de leite após o nascimento do bebê, mesmo não tendo estudos que afirmam que isso seja verdade. Mas o fato é que mais do que isso, a separação entre a mãe e seu bebê nas primeiras duas horas do nascimento é sim um fator importante para que o leite seja produzido. Nesse período, o recém-nascido agarra de forma inata e correta o peito da mãe e é o momento em que ele está mais reativo, por isso a importância desse primeiro estímulo. Quando esse primeiro momento passa, é natural que mãe e filho estejam cansados e a sucção não seja uma prioridade no primeiro contato.
Como toda a cirurgia, a cesárea também pode ser muito dolorosa em seu pós- operatório. Mudar de posição pode ser delicado e precisa ter muito cuidado no momento de amamentação. Existe também a possibilidade de mulheres que ficaram horas em trabalho de parto e mesmo assim foram submetidas a uma cesariana, o esgotamento físico e emocional é real e gera muito desgaste. Muitas mães sofrem grandes frustrações por não terem sido capazes de parir e a amamentação é um momento que pode reparar esses traumas emocionais, daí sua importância dentro de todo o processo.
Pense em uma mulher que acabou de ter seu bebê e os hormônios estão sendo produzidos e interferindo em suas reações. A forma como ela recebeu a cirurgia é também, de certa forma, agressiva e invasiva, principalmente se não era esperada. A saúde emocional da mãe pode impactar diretamente na forma como ela vai amamentar e conduzir esse processo nos primeiros dias. E são nesses dias que é fundamental a aproximação para que a amamentação após a cesária seja um sucesso.
Esse é um caso que também pode atrasar a produção do leite materno e causar transtornos. Para o leite se instalar na mama é necessário espaço para que se dê o processo natural de esvaziamento do leite e depois ele se encha novamente. Se a mãe passou por alguma cirurgia anterior e esse espaço for comprometido, o leite pode ser produzido com dificuldade. Nesse caso, é necessário a orientação médica e acompanhamento para que tudo ocorra bem, independente do tipo de parto.
Geralmente a descida do leite ocorre entre 30 e 72 horas após o parto. É natural que o recém-nascido tenha uma reserva de até dois dias após seu nascimento, considerado o período em que o leite demora a ser produzido. Mas o que podemos fazer para acelerar esse processo e não perder as primeiras horas que são valiosas para estabelecer o processo de amamentação? Algumas dicas para facilitar são:
Esses passos são fundamentais para auxiliar na produção de leite e iniciar o aleitamento do seu bebê da forma mais segura e confortável possível. Saiba que é sim possível amamentar seu bebê mesmo após uma cesariana.
Confira também: Calculadora gestacional
A maneira como se estabelece a amamentação é muito importante nos primeiros dias, principalmente as posições que geram maior conforto para a mãe e para o bebê. Numa cesariana, por ser uma cirurgia, o cuidado com a postura na amamentação deve ser ainda maior, pois qualquer movimento pode gerar além do desconforto, dor para a mãe. Por isso a indicação é de amamentar deitada nos primeiros dias e, para isso, preparamos algumas dicas para que a amamentação possa ser feita deitada e com segurança para ambos.
O ideal é que nas primeiras horas, a amamentação seja feita deitada com a barriga para cima, pois é o momento mais delicado do pós operatório e evita traumas internos e externos nesse primeiro momento.
No segundo dia, a mãe pode deitar de lado e encostar a barriguinha do bebê em sua pele de forma que consiga ver seu rostinho de frente para o peito e apoiando o corpo dele na cama e em seu braço.
A partir do terceiro dia é seguro oferecer o peito de forma mais elevada, levemente sentada. Use travesseiros e almofadas para ajudar a apoiar o bebê e elevar o tronco da mãe. A mamãe também pode fazer a posição invertida do bebê, que é quando ele fica com seu corpo invertido no sentido da mãe, se ficar mais confortável.
Tomando esses cuidados é possível levar a amamentação de forma segura e saudável, mesmo após uma cesárea, e garantir o bem estar da mamãe e seu bebê.
O ato de amamentar exige esforço e dedicação, principalmente no início. Tenha em mente que é cansativo e você pode querer desistir. Mas não desista! Esse é um dos grandes marcos na sua relação com seu filho e, salvo casos específicos, o caminho natural da alimentação cheia de benefícios para ele.
Saiba que o seu leite é, sem dúvida, o melhor alimento para seu bebê, pois ele contém proteínas, carboidratos e gorduras na medida certa para ele garantindo seu desenvolvimento seguro e saudável.
O aleitamento materno é tão importante, e existem estudos que contam sobre os benefícios que o ato têm para a saúde da criança, como apontado a seguir:
Além dos benefícios físicos, o aleitamento materno fortalece o vínculo afetivo entre a mãe e o seu bebê, trazendo segurança e calma para os primeiros dias de vida. Essa primeira fase é definitiva na forma como a alimentação e a construção de afetos está sendo formada na família.
Não se esqueça de que é fundamental que a mamãe esteja bem e confortável para se recuperar da cirurgia e manter a amamentação de seu bebê. Conseguir descansar e manter uma rotina saudável vai garantir o sucesso dessa fase pós-cesariana.
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Cada gestação é diferente e o autocuidado é importante para uma boa recuperação. E lembre-se de que a experiência de amamentar é diferente para cada mulher e é normal ter dificuldades no começo. Quanto mais você amamentar, mais fácil será, pois no dia a dia entenderá o que funciona melhor para você e o seu bebê.